Um Senhor Estagiário, um filme sobre (re)começos

14 de abril de 2020

Foto: Warner Bros / Um Senhor Estagiário / Divulgação

Durante a vida temos começos e recomeços. Enquanto Julie está no começo de uma grande companhia de e-commerce, Ben, um viúvo de 70 anos, só quer uma oportunidade de recomeçar, e assim se inscreve para uma vaga de estágio na empresa de Julie, no filme Um Senhor Estagiário (2015). 

Ben teve uma vida completa, conseguiu atingir todas as conquistas que são esperadas de uma pessoa ao decorrer da vida, foi casado por 42 anos, teve filho, netos, trabalhou por 40 anos em uma empresa em que cresceu profissionalmente vestindo a camisa da empresa, se aposentou e viajou bastante. Aparentemente uma vida plena. Mas, agora, após estar viúvo a 3 anos e meio, se vê em uma vida que considera monótona e aproveita a vaga de estágio para voltar a se sentir útil.

Por outro lado, Julie está com sua empresa aberta a um ano e meio e já cresceu a ponto de ter 220 empregados. Está sempre ocupada, tentando resolver tudo ao mesmo tempo sozinha, é centralizadora e nem sempre aproveita todo o potencial que seus funcionários possuem. Por conta disso, os investidores querem que ela contrate um CEO para ajudar a gerir a empresa, o que a deixa frustrada.

Os dois acabam se conhecendo quando Ben é contratado para ser o estagiário de Julie, que a princípio rejeita a ideia de ter um estagiário, pois não daria certo. Enquanto que Ben fica animado com a ideia e mal pode esperar para que ela requisite seus serviços. Enquanto espera, observa a empresa, os colegas e a chefe. Por ser simpático, vai conquistando todos a sua volta. Começa a auxiliar os colegas no trabalho e na vida pessoal, assim como tem a chance de aprende a mexer com a tecnologia com eles. Com suas pequenas ações, aos poucos, vai conquistando a todos e a confiança da chefe.

Com a confiança conquistada, Ben tem oportunidade de ajudar Julie a repensar muitas coisas em sua vida. Sentir que ainda tem com o que contribuir, que pode fazer novas amizades e, quem sabe, encontrar uma nova pessoa para dividir as alegrias da vida, faz com que ele se sinta bem, mesmo quando isso exige dele tentar o novo, sair da zona de conforto e aprender algo que ele não imaginou que precisaria aprender.

Para Julie, foi a oportunidade de refletir sobre o que ela dá conta só, quando necessita pedir ajuda, saber analisar o que é necessário delegar e confiar no potencial do outro, bem como quando ela precisa assumir o comando, tanto na vida pessoal quanto profissional. Ela necessitava aprender que não temos que abrir mão de investir na carreira para ter um bom relacionamento, é possível encontrar um ponto de equilíbrio entre as duas funções, só que para isso precisaria de se esforçar de um jeito diferente do que havia fazendo no último um ano e meio.

Mesmo com as dificuldades da vida podemos nos reinventar, descobrir novos caminhos, procurar forma diferentes de lidar com as situações e buscar a felicidade nas pequenas coisas. Estamos sempre tendo oportunidade de começar algo novo, assim como aparecem oportunidades de recomeço. As vezes esses (re)começos vem de onde estamos esperando, outras vezes vem de onde menos imaginamos. Independentemente de onde vier, se estivermos abertos a aproveitar essas oportunidades a recompensa pode ser encontrar mais felicidade do que imaginamos, basta sair do comum, da rotina, do esperado e ir atrás do novo, do diferente e do inesperado.

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Sheila Francisca Machado reside em Brasília, é psicóloga clínica, especialista em psicologia clínica e especializada em avaliação psicológica, CRP 01/16880. Atende adolescentes e adultos na Clínica de Nutrição e Psicologia - CLINUP. Atua com a abordagem Análise do Comportamento.
Contato: sheila_machado_@hotmail.com
Clínica Clinup: clinup.blogspot.com
Instagram: @empqnasdoses

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