Foto: Dimension Films & Darkwoods Productions / O Nevoeiro / Divulgação |
Quando um nevoeiro começa a tomar conta de uma pequena cidade, os cidadãos que estavam em um mercado acabam isolados dentro dele. Assim começa o filme “O Nevoeiro” (2007).
David e seu filho Billy, saem de casa para ir ao mercado, junto a seu vizinho Brent, para comprar alguns mantimentos, quando um nevoeiro parece começar a tomar a cidade. Ao chegar no mercado, começam a fazer as compras normalmente, sem preocupações, acreditando ser apenas um nevoeiro comum. Mas, é quando um dos moradores da cidade, Dan, corre até o mercado, com o nariz sangrando, avisando que há algo de estranho neste nevoeiro e que todos precisam se abrigar, que a situação muda drasticamente.
Isolados dentro do mercado, sem informações sobre o que estava naquela névoa, começam a aparecer os medos em relação aquilo que eles não podem ver e desconhecem sua natureza. Até que David e 4 funcionários do mercado, vão até o estoque para tentar fazer o gerador de energia funcionar. Como algo externo estava impedindo o correto funcionamento do equipamento, o jovem Norm, um empacotador do mercado, decide sair pelo portão do estoque para solucionar o problema. É aí que David e os funcionários do mercado começam a entender que tipo de seres podem estar vivendo em meio àquela névoa.
Assustados com o que passaram no estoque, decidem contar às outras pessoas isoladas no mercado o que viram. Vários sentimentos diferentes tomam o ambiente após o comunicado. As pessoas ali isoladas começam a demonstrar o quanto estão assustadas e confusas com o que está se passando. Alguns recorrem as suas crenças religiosas. Outros agem com negação sobre o que podem estar enfrentando, como se precisassem ver para crer. Há ainda os que tentam racionalizar a situação. À medida que o tempo passa, a agressividade entre os isolados começa a aumentar, alguns chegando a agredir fisicamente outros.
Porém, a situação complica mesmo ao anoitecer e todos verem os seres que estão no nevoeiro. Nesse instante, começam os atos desesperados, com algumas pessoas chegando a perder a noção de realidade. O discurso inflamado de fanatismo religioso da Sra. Carmody sobre estarem no “dia do juízo final” começa a juntar um grupo de pessoas, que passam a trata-la como se ela fosse uma profeta, capaz de dizer os próximos acontecimentos. A cada hora de confinamento, mais pessoas se juntavam a ela, e a caça ao culpado da situação, guiada por ela, faz com que os isolados agissem de forma irracional, a fim de chegarem a salvação. Esse grupo de pessoas estava paralisado pelo medo, precisando de algo em que confiar.
Enquanto isso, David e um grupo de pessoas a todo tempo estavam buscando uma solução, uma forma de proteger os outros, se transformando em uma linha de frente, traçando os próximos passos para tentar encontrar uma forma de sobreviver. Justamente por este grupo ser o mais ativo na busca por uma solução, é o que mais se expôs ao perigo, sofrendo, inclusive, algumas baixas. Cada um estava tentando lutar para sair da situação como podia pelo bem de todos que estavam no mercado.
Independente de como estivessem buscando uma solução, todos estavam ali, em meio as incertezas, a confusão e ao desespero. E foi o desespero que mais causou danos a todos os isolados. Foram os atos realizados no momento de desesperança que mais causaram sofrimento. Movidos pela desesperança, muitos chegaram até as últimas consequências, sendo que o que poderia ter contribuído para achar uma forma de passar melhor pela situação seria justamente recorrer a esperança.
Em situações de isolamento, os extremos podem gerar muito sofrimento. A falta e o excesso de informações podem contribuir para um sentimento de pânico, negar o que está acontecendo ou mergulhar de cabeça na situação pode cegar as pessoas, achar que só há sua própria forma de resolver as coisas ou achar que não há mais forma de resolver nada pode aumentar a agressividade nas relações interpessoais, e por aí vai.
Por mais que a busca por um equilíbrio, por estabelecer uma rotina, sejam difíceis em um momento de crise, precisamos de ações em direção a isso. Aquele que crê pode buscar conforto na crença! As pessoas que estão conosco, presencialmente ou virtualmente, são nossas companhias! Mediar os conflitos através da empatia e comunicação assertiva é uma forma de unir as pessoas! Ter uma ocupação auxilia a nos sentir úteis!
Mesmo em momentos incertos podemos recorrer a esperança! Buscar por um auxílio também é válido, até mesmo porque muitos tratamentos hoje podem ser feitos a distância. Infelizmente, há momentos em que o distanciamento físico das pessoas pode ser necessário por um bem coletivo. Se organizar para tentar cuidar da saúde nesses momentos é uma tarefa muito importante. O que causa o sofrimento do hoje é passageiro e quanto melhor conseguirmos lidar com isso, mais oportunidades o futuro poderá abrir para nós!
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Sheila Francisca Machado reside em Brasília, é psicóloga clínica, especialista em psicologia clínica e especializada em avaliação psicológica, CRP 01/16880. Atende adolescentes e adultos na Clínica de Nutrição e Psicologia - CLINUP. Atua com a abordagem Análise do Comportamento.
Contato: sheila_machado_@hotmail.com
Clínica Clinup: clinup.blogspot.com
Instagram: @empqnasdoses
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